VISTA DA SP-ARTE 2022 – GALERIA ARTE/FORMATTO
A série, ainda sem título, é contingenciada em sua singularidade pelo fato de cada fotograma ser sujeito de si mesmo, único e impossível de ser repetido. Reuni em média 40 espécies de plantas que figuram sua ambivalência, visto que cada imagem veicula poder terapêutico ou tóxico, ambos condicionados ao tempo de exposição de suas propriedades. Trata-se de gerar uma imagem que absorve e considera o jogo de luz e sombra, impresso a partir de um banho de luz cromático que reinventa a antiga técnica desenvolvida pelos surrealistas.
A energia imanente da luz das plantas está analogamente ligada ao processo de revelação dos fotogramas, esta espécie de objetos-luz, os quais dependem, assim como as plantas, dessa fonte primordial para se desenvolverem no mundo. Em excesso, a exposição às substâncias de plantas com efeitos terapêuticos podem gerar complicações, o que me interessa como metáfora ao modo como a sociedade contemporânea convive com a reprodução quase infinita de imagens em seu cotidiano. Luz, objeto e registro.