FLORESTA

 

A FLORESTA, 2012
FOTOGRAFIA IMPRESSA EM METACRILATO
352 X 290 CM

ICEBERGS

 

ICEBERG I, 2012
FOTOGRAFIA EM CAIXA DE LUZ
70 X 46,67 CM
ICEBERG II, 2012
FOTOGRAFIA EM CAIXA DE LUZ
70 X 46,67 CM
ICEBERG III, 2012
FOTOGRAFIA EM CAIXA DE LUZ
70 X 46,67 CM
ICEBERG IV, 2012
FOTOGRAFIA EM CAIXA DE LUZ
70 X 46,67 CM
Vista parcial da exposição, São Paulo – SP, Galeria Central, 2012

ARTIFÍCIOS

ARTIFÍCIOS, 2012
IMPRESSÃO EM PAPEL ALGODÃO COM TINTA DE PIGMENTO MINERAL
165 X 110 CM
ARTIFÍCIOS, 2012
IMPRESSÃO EM PAPEL ALGODÃO COM TINTA DE PIGMENTO MINERAL
165 X 110 CM
ARTIFÍCIOS, 2012
IMPRESSÃO EM PAPEL ALGODÃO COM TINTA DE PIGMENTO MINERAL
165 X 110 CM

SHANGHAI

SHANGHAI, 2012
IMPRESSÃO EM PAPEL ALGODÃO COM TINTA DE PIGMENTO MINERAL
120 X 80 CM
SEM TÍTULO, 2012
IMPRESSÃO EM PAPEL ALGODÃO COM TINTA DE PIGMENTO MINERAL
120 X 80 CM

DÍPTICOS

SEM TÍTULO, 2012
IMPRESSÃO EM PAPEL ALGODÃO COM TINTA DE PIGMENTO MINERAL
100 X 47,16 CM
SEM TÍTULO, 2012
IMPRESSÃO EM PAPEL ALGODÃO COM TINTA DE PIGMENTO MINERAL
100 X 79,10 CM
SEM TÍTULO, 2012
IMPRESSÃO EM PAPEL ALGODÃO COM TINTA DE PIGMENTO MINERAL
100 X 39,43 CM
SEM TÍTULO, 2012
IMPRESSÃO EM PAPEL ALGODÃO COM TINTA DE PIGMENTO MINERAL
100 X 34,21 CM
SEM TÍTULO, 2012
IMPRESSÃO EM PAPEL ALGODÃO COM TINTA DE PIGMENTO MINERAL
100 X 48,54 CM
SEM TÍTULO, 2012
IMPRESSÃO EM PAPEL ALGODÃO COM TINTA DE PIGMENTO MINERAL
100 X 43,92 CM

GOOGLE FILTER
https://vimeo.com/54383034

2012
Vídeo
00:04:47


TIGRE

2012
Vídeo em loop
00:00:33


ESPAÇOS EXPOSITIVOS

Vista parcial da exposição, São Paulo – SP, Galeria Central, 2012
Vista parcial da exposição, São Paulo – SP, Galeria Central, 2012
Vista parcial da exposição, São Paulo – SP, Galeria Central, 2012
Vista parcial da exposição, São Paulo – SP, Galeria Central, 2012
Vista parcial da exposição, São Paulo – SP, Galeria Central, 2012
Vista parcial da exposição, São Paulo – SP, Galeria Central, 2012
Vista parcial da exposição, São Paulo – SP, Galeria Central, 2012
Vista parcial da exposição, São Paulo – SP, Galeria Central, 2012
Vista parcial da exposição, São Paulo – SP, Galeria Central, 2012
Vista parcial da exposição, São Paulo – SP, Galeria Central, 2012
Vista parcial da exposição, São Paulo – SP, Galeria Central, 2012

O trabalho de Ricardo Barcellos traz a tona uma significação possível da fotografia, nos dias de hoje, como reprodução, imitação e falsificação do real, ao usá-la como linguagem híbrida entre à documentação e às novas significações da imagem introduzidas pela era digital.

Segundo ele: “criamos uma infinidade de filtros e interfaces que funcionam como ‘redes de proteção’ de nossas experiências. São as estratégias de risco controlado, ou play safe, como dizem os americanos.

Num exercício da metalinguagem Ricardo constrói filtros – que passam pela escolha da própria imagem, escala, suporte e intervenção técnica – para, com certa ironia, propor ênfase a realidade.

Sua estratégia passa pelo ‘aliciamento’ publicitário do sistema fotográfico, para construir simulacros da natureza e firmá-la como a maior invenção da cultura, o que o torna um mediador que produz imagens, objetos, histórias e situações.

São apropriações simples, onde a construção da narrativa se dá com a edição (escolha), corte, tratamento e, em alguns casos, com a junção de imagens independentes e distantes.

“Utilizo essa natureza  híbrida , gerando imagens que ficam no limite entre ficção e realidade, entre uma imagem objetiva e subjetiva, direta e indireta (manipulada)”, afirma o artista.

E é neste exercício que se situa “Floresta”, que abusa da escala para nos colocar na cena. A fotografia apresenta um floresta densa com vários animais que nos confundem. De longe parecem reais mas sua coexistência levanta suspeitas.

Ricardo, cita Robert Smithson que dizia que: “as câmeras têm algo de abominável, porque possuem o poder de inventar muitos mundos”, e completa: “isso se dá, justamente, por nos permitir estabelecer uma relação dialética entre a linguagem e mundo físico”.

Em “ artifícios”  Ricardo realiza uma explosão proposital numa madrugada de neblina, próximo a represa Billings em São Paulo. O resultado é uma imagem bela e lúdica, montada a partir da sobreposição de dois momentos: a neblina e os fogos de artifício. A imagem resultante nos coloca no limite entre a ficção e o registro instantâneo, numa espécie de alquimia entre natural e artificial.

Em “Icebergs”(e nas demais fotos) a intervenção digital gera suspeitas.  Trata-se do registro pessoal de uma expedição marítima à Antártica, em 2011, a bordo de um veleiro. No retorno, o artista resolve “recontextualizar” algumas imagens através da manipulação da cor.

Para afirmar que a questão ali não está nos discursos ecológicos e reafirmar a natureza objetual, as três imagens desta série são exibidas em pequenos backlights que realçam a linguagem fetichizante e publicitária. Com este trabalho, ele indaga: “o que é real?”

Segundo o artista: “Temos uma necessidade inerente por signos e imagens, que geram uma constante tensão entre o mundo e sua projeção imagética. É o desejo por um lugar vazio,  por aquilo que não está dado, que está oculto, na estranheza de um mundo que não é realidade nem ficção, mas alguma dimensão intermediária que só existe enquanto possibilidade ou “coincidência significativa”.

Coincidência esta, encontrada em “Dubai”, imagem realizada em 2009 numa pista de esqui cenográfica em um Shopping onde a temperatura externa estava por volta de 45°C, que denuncia a estranheza do artifício através de uma fotografia direta e objetiva, com enquadramento de cartão postal, luz fria e melancólica.

No vídeo, “O filtro é o Google”, o artista denuncia já no título que é a interface que da acesso ao seu desejo. É a ferramenta virtual que filtra a consciência do autor. Sartre dizia que: “Sem dúvida alguma, quem deseja sou eu, e o desejo é um modo singular da minha subjetividade. O desejo é consciência, já que só pode existir como tal (…)”

Na busca desta consciência, como um processo de reflexão, Barcellos vasculha, no site de busca, procurando por suas “palavras chave”. As imagens escolhidas, a partir de então, são editadas, impressas, filmadas e colocadas em movimento, sugerindo um jogo narrativo de possíveis associações que acabam não acontecendo, frustrando a compreensão do espectador, que é jogado dentro de um labirinto sem saída.

Explorando o potencial híbrido da fotografia, Ricardo procura insinuar uma construção ficcional e propor um enigma que deve ser resolvido por cada um, a partir de seu próprio repertório.

Esses “eventos”, que chama de “coincidências significativas”, dependem da nossa atribuição de valores simbólicos e é por isto, segundo ele, que “permanece  nebulosa a  reconciliação entre  imagem e  mundo”.

 

Franz Manata
Curador
Rio de Janeiro, Setembro de 2012

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *